O mês de março é dedicado à prevenção do Câncer de colorretal ou câncer de intestino e Câncer de colo do útero.
A
Campanha Março Azul e
o Ministério da Saúde reforçam a importância da prevenção, diagnóstico e
tratamento precoce do câncer colorretal (CCR). A doença, que atinge o intestino
grosso ou o reto, é o segundo tipo de tumor mais comum no Brasil, ficando atrás
do câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa
brasileira de novos casos é de 20,5 mil em homens e 20,4 mil em mulheres, além
de cerca de 20 mil óbitos.
Como todo câncer, o colorretal tem tratamento e
é frequentemente curável se detectado precocemente. Porém, quando a doença está
espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de
cura são reduzidas.
Os principais fatores relacionados ao maior risco de
desenvolver o câncer de colorretal são: idade igual ou acima de 50 anos,
obesidade, ingestão de alimentos gordurosos e industrializados. O consumo de
alimentos defumados, como salsichas, mortadela, linguiças, presuntos, bacon e a
ingestão excessiva de carne vermelha também aumentam o risco do surgimento da
doença.
Por isso,
é importante a prática da atividade física, a alimentação saudável,
principalmente rica em fibras. A nutrição balanceada, além de promover um bom
funcionamento do intestino, também ajuda no controle do peso corporal.
Detecção precoce
O diagnóstico pode ser feito por meio de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença.
Fique atento aos sinais e sintomas sugestivos deste câncer, que são: sangramento nas fezes, massa abdominal, dor abdominal, perda de peso e anemia e mudança de hábito intestinal.
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
Além da detecção precoce, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os países com condições de garantir a confirmação diagnóstica, referência e tratamento, realizem o rastreamento do câncer de colorretal em pessoas acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto de fezes. Caso o teste seja positivo, a pessoa deverá fazer os exames corretos, que permitirá ao médico visualizar a parte interna do intestino para ver se há câncer ou pólipos, lesões que podem se transformar em câncer. A retirada dos pólipos evita a ocorrência da doença.
Como forma de conscientizar a população sobre o tema e ajudar no enfrentamento do câncer de colo do útero, o Ministério da Saúde alerta para o Março Lilás, campanha de prevenção e controle da doença. A ideia é estimular que as mulheres conheçam as principais formas de cuidado e que estejam atentas para sinais e sintomas desse tipo de câncer, que é o terceiro mais frequente entre a população feminina (atrás do câncer de mama e de colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. A iniciativa ocorre no mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, simbolizando a luta por igualdade de direitos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), instituto federal vinculado ao Ministério da Saúde para promoção de políticas públicas, ações e controle do câncer no país, o Brasil deve registrar 16.710 novos casos de câncer de colo do útero no triênio 2020/2022.
Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde (SUS) está presente integralmente em todos os momentos da vida da mulher e tem papel fundamental, desde a prevenção até o tratamento das brasileiras que forem diagnosticadas com esse tipo de câncer. Procedimentos como cirurgia, quimioterapia e radioterapia são oferecidos gratuitamente pela rede pública de saúde.
O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.
HPV
Também chamado de câncer cervical, o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV, os chamados de oncogênicos. A infecção genital por esses vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença. São sexualmente transmissíveis e podem causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus.
Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo – conhecido também como Papanicolau – e são curáveis na maioria dos casos. Por isso, é importante a realização periódica do exame preventivo.
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas na fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Prevenção
A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV, disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, em todas as Unidades de Saúde da Família, podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais.
Outra forma de evitar a doença é diminuir o risco de contágio pelo HPV, que ocorre por via sexual, com o uso de preservativos durante a relação. Além disso, o exame preventivo deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual, pois é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces que, se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer.
Gustavo Frasão
Ministério da Saúde
https://blog.drconsulta.com/cancer-do-colo-do-utero-causas-sintomas-e-tratamento/
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