A psoríase é uma doença da pele relativamente comum e crônica. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. É uma doença autoinflamatória da pele, na qual por predisposição genética, junto com fatores ambientais ou de comportamento, causam o aparecimento de lesões avermelhadas e que descamam na pele. Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias que promovem dilatação dos vasos sanguíneos e dirigem outras células do sistema de defesa para pele, como neutrófilos. Este processo de ataque inflamatório à pele faz com que esta responda acelerando sua proliferação, o que resulta na descamação observada nas lesões. Normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento. Em até 30% dos pacientes, inflamação similar pode acontecer nas articulações, levando à artrite psoriásica, outra manifestação da doença. Também existe associação de psoríase com doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor, o que diminui a qualidade de vida do paciente e pode também, dependendo da gravidade, diminuir a expectativa de vida, se não tratada. O mesmo processo de autoinflamação que causa lesões na pele e nas articulações parece ser o responsável pelo aparecimento destas comorbidades.
TRATAMENTO
Tratamento tópico: medicamentos
em cremes e pomadas, aplicados diretamente na pele. Podem ser usados em
conjunto com outras terapias ou isoladamente, em casos de psoríase leve.
• Tratamentos sistêmicos:
medicamentos em comprimidos ou injeções, geralmente indicados para pacientes
com psoríase grave e/ou com artrite psoriásica ou nos pacientes que possuem
psoríase leve resistente ao tratamento tópico ou fototerapia.
• Tratamentos biológicos:
medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento de pacientes com psoríase
grave. Existem diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já
aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe,
certolizumabe-pegol, etanercepte e infliximabe), anti-interleucina 12 e 23
(ustequinumabe), os anti-interleucina 17 (secuquinumabe e ixequizumabe) e os
anti-interleuciina 23 (guselcumabe e risanquizumabe).
• Fototerapia: consiste na
exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão
médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais especializados.
A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada, o controle do peso e a prática de atividade física. O paciente nunca deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação.
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