Por que a hipertensão aumenta o risco de complicações do
Coronavírus?
A primeira morte confirmada no Brasil por Covid-
Em
um dos trabalhos, feito com mais de mil pacientes, dos 173 que foram acometidos
de maneira severa pela Covid-19, 23% tinham pressão alta e 16%, diabetes. Em
outro, de 140 internados por causa da Covid-19, 30% possuíam hipertensão e 12%,
a glicemia cronicamente elevada. Antes de tudo, sabe-se que portadores de
doenças crônicas estão em maior risco de contraírem vírus que acometem os pulmões
(como o influenza, da gripe) e sofrem mais com as complicações dessas
infecções. No caso da hipertensão, há uma teoria extra: a de que os
medicamentos para pressão alta favoreceriam a ação do novo coronavírus.
Mas, atenção: não está, nem de
perto, provado que os fármacos ajudariam a provocar complicações. Nos estudos
que associaram a hipertensão a mais mortes pelo novo coronavírus, os cientistas
sequer se concentraram no tipo de medicamento — ou mesmo se eles vinham sendo
administrados corretamente. Ou seja, não é para abandonar o tratamento por
causa do novo coronavírus. Esses remédios são fundamentais para tratar
hipertensão e insuficiências cardíaca, então não podemos recomendar a suspensão
baseados apenas em hipóteses. A SBC recomenda que o tratamento seja avaliado
individualmente pelo médico e, acima de tudo, que os hipertensos reforcem
medidas de prevenção, como se distanciar socialmente. O que vale, aliás, para
portadores de doenças cardiovasculares no geral.
Cardiopatas estão em risco de complicações
pelo novo coronavírus. A mortalidade média da Covid-19 para
a população em geral é de cerca de 3%, variando consideravelmente de país para
país. Nos portadores de doenças cardiovasculares em geral, a taxa salta para
10,5%. Além dos hipertensos, entram na lista de atenção extra indivíduos que já
tiveram infarto ou derrame, possuem obstruções nas artérias, insuficiência
cardíaca, placas de ateroma ou outros males no peito. Normalmente, o cardiopata
tem um endurecimento das artérias e outras alterações que comprometem o fluxo
sanguíneo para o pulmão, com isso, ele fica mais debilitado. Fora isso, uma
circulação comprometida dificulta a chegada de anticorpos e células de defesa
nos locais atingidos por infecções. Não é um déficit no sistema imunológico tão
intenso quanto o de pessoas em tratamento pelo câncer, por exemplo (outro grupo
de risco para complicações) — mas ainda assim é algo para ficar de olho. No
mais, doenças como hipertensão e diabetes não raro acometem o mesmo indivíduo.
E isso poderia comprometer ainda mais as defesas do organismo contra infecções
como o novo coronavírus.
Cuidados para pessoas com hipertensão e outras
doenças cardiovasculares.
A SBC divulgou recentemente uma
diretriz com recomendações especificas sobre como proteger pacientes cardíacos
do Sars-Cov-2 e atender casos suspeitos de infecção. Veja alguns pontos:
Intensificar medidas de
prevenção, como a lavagem constante de mãos e o distanciamento
social.
Manter rigorosamente uma
rotina saudável. Alimente-se bem, tenha um sono regular, faça exercício de
maneira moderada (cuidado com as academias e esportes coletivos!) e evite
cigarro e álcool.
Priorizar cuidados e tratamentos para o
novo coronavírus de acordo com a presença ou não de doença cardiovascular.
Incluir o cardiologista no time de cuidados dos
pacientes críticos.
Monitorar com exames a saúde cardíaca de casos
confirmados ou suspeitos com sintomas.
Matéria reproduzida do site https://www.hospitalproncor.com.br/post/covid-hipertensao,
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